Tecnologias Relacionadas ao Cinema (Parte 2)

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Esta é a segunda parte do artigo sobre as tecnologias relacionadas ao cinema. Se você ainda não leu a primeira parte, confira aqui. E antes de começarmos a falar sobre como o cinema entrou na nossa casa, quero contar uma coisa que me surpreendeu.

DAS RUAS PARA O CALOR DO NOSSO LAR

Você sabia que o seriado começou NO CINEMA e não na TV? Isso mesmo. Os seriados no cinema começaram no ano de 1908 com Nick Carter, na França. Essa moda chegou aos Estados Unidos no ano de 1912 com O que Aconteceu com Mary.

Foram esses filmes em série que inventaram o gancho, que é quando você vai assistir e o final te prende, deixando louco pra assistir ao próximo episódio.

HISTÓRIA DA TV

Inúmeras pessoas contribuíram para a invenção da TV. Seu desenvolvimento foi interrompido pela Segunda Guerra Mundial. Dentre elas, podemos destacar dois nomes: Philo Farnsworth, Vladimir Zworykin. Eles entraram numa briga judicial para saber quem obtinha a patente. Philo Farnsworth ganhou, mas por falta de recursos financeiros não havia renovado sua patente. A RCA conseguiu acesso livre aos registros. É criada então a NBC. E logo após, Vladimir Zworykin ganha a atribuição por isso, sendo que havia patenteado a TV em 1923.

Nessa época, existia todo um mercado das empresas que já entravam na casa das pessoas com notícias, propagandas e até radionovelas: as empresas de rádio. O rádio era popular e ele estava em quase todas as casas. Portanto, era natural que as empresas que forneciam o conteúdo para o rádio ficassem de olho nesse novo aparelho.

A padronização das cores da TV demorou para acontecer pois cada lugar no mundo inicialmente usava um padrão de cores diferente.

FILMES PARA TV

Os filmes para TV tem uma estrutura de produção completamente diferente dos para cinema, sendo assim não podemos considerá-los filmes cinematográficos, isso seria um tremendo erro.

O pessoal que já trabalhava nessa área foram os pioneiros na televisão, ocupando portanto o horário nobre. Por isso, nos primórdios da TV, os filmes começaram ocupando outros horários não tão interessantes, com menos audiência e portanto pagando proporcionalmente menos impostos e gerando menos receita de comerciais também.

No início da TV, os programas eram gravados em filmes de 16mm ou 35mm, com a frequência de quadros sincronizada com a de um monitor, exibidos ao vivo e posteriormente armazenados em cinescópio - não confunda com o cinetoscópio, por favor.

Por conta disso os antecessores dos filmes para TV foram, na realidade, os musicais para a família, gravados e exibidos no mesmo formato, como por exemplo, o Talk Fast, Mister, que foi exibido em 18 de dezembro de 1944 e o Flautista de Hamelin, exibido em 1957, estrelado por Van Johnson.

Em 1946, foi exibido na Inglaterra o primeiro seriado da TV, chamado Pinwright’s Progress, e foi estrelado por James Hayter.

Mesmo com a elaboração da fita de vídeo em 1956, os filmes para TV continuaram, durante um bom tempo, sendo produzidos em 35mm ou 16mm, o que sempre foi caro. Mas era o único custo maior dessas produções porque, afinal, esses filmes sempre foram produzidos com equipe reduzida, muitas vezes com apenas uma câmera, mesmo que nos estúdios de televisão os programas fossem gravados com três câmeras em média. Esses filmes também tinham menos atores, eles trabalhavam por menos horas e tinham orçamentos mais baixos.

Nos anos 60 aconteceu o boom dos filmes para TV, que não deixavam de ser como episódios de seriado, praticamente no mesmo formato mas com uma duração um pouco mais prolongada. See How They Run, de 1964, é considerado o primeiro filme para TV.

No início, as fitas de vídeo eram extremamente caras, portanto seu uso era exclusivamente profissional.

Esses filmes geralmente abordavam assuntos que estavam acontecendo no momento. Nos anos 70, vários filmes para TV começaram a falar de temas bastante polêmicos para a época como racismo em My Sweet Charlie (1970), homossexualidade em That Certain Summer (1972) e estupro em A Case of Rape (1974) ou, no Brasil, Sedução.

Posteriormente, os filmes para TV foram produzido como seqüência dos filmes que fizeram muito sucesso no cinema.

Muitos pilotos de série eram encomendados com duas horas. Assim, mesmo que decidissem não exibir a série proposta, esse piloto era exibido como filme para TV, recuperando parte dos custos de produção.

FITA DE VÍDEO OU VHS

Lançada no ano de 1956, foi vastamente utilizada pela indústria televisiva com os VTRs nos anos 50. Ainda em um formato muito caro para uso caseiro, o que ocorreu apenas a partir de 1970.

Na época dois formatos disputavam seu lugar no mercado. O Betamax e o VHS. O VHS ganhou por vários motivos. Mas, principalmente, por comportar duas horas de duração enquanto o Betamax comportava apenas uma hora. Outro motivo que foi um fator decisivo é que a indústria de filmes adultos aderiu muito rapidamente à essa tecnologia e os outros gêneros cinematográficos acabaram seguindo a mesma tendência.

Os canais de TV começaram a ver o VHS como um verdadeiro vilão porque afinal agora o público começou a ter controle sobre os seus hobbies.

DVD

Com a tecnologia do DVD em 1996, o objetivo das empresas era justamente que se conseguisse uma maior compressão de dados, 4,7 GB. Além, é claro, de certas comodidades, como a possibilidade de passar de faixas com a mesma facilidade que em um CD, muito diferente do VHS, o qual necessita de certo tempo para rebobinar ou passar pra frente. Resistência ao tempo e às impressões digitais também se juntam na lista de vantagens do DVD.

O DVD foi lançado em 1997 no Japão, em 1998 nos Estados Unidos, em 1999 na Europa, em 2000 na Austrália e entre 2002 e 2003 no Brasil. A Walmart foi a responsável pela popularização do DVD nos Estados Unidos, conseguindo um baixo custo por aparelho. Por fim, em 2008, ele substituiu definitivamente o VHS no mercado que viu sua fabricação tornar-se bastante complexa devido ao material necessário.

O fato do sistema utilizado ser diferente em cada lugar do mundo, causa algumas barreiras com relação à essa tecnologia.

BLU-RAY

O Blu-ray foi lançado com uma capacidade de armazenamento maior. Inicialmente entre 25GB a 50GB, logo surgiram outros modelos com capacidade para até 200GB. Foi lançado primeiramente como o objetivo de atender ao mercado dos games, com o Playstation 3.

Em 2016, deixou de ser a mídia mais lucrativa nos Estados Unidos e, em 2017, no Reino Unido, devido aos serviços de streamings.

STREAMING

Pioneira no streaming, a história da Netflix chega a ser engraçada. Enquanto todos contavam com as locadoras de filme e a Blockbuster se tornou a mais popular no mundo, uma outra empresa que atuava na época apenas nos Estados Unidos começa a ganhar destaque. A Netflix já fazia aluguel de filmes por correio e aluguel de filmes com pagamentos a parcelas mensais quando fez uma oferta de venda para a Blockbuster de 50 milhões de dólares, que riu na cara da Netflix, dizendo que seu preço estava muito alto. Em 2007, a Netflix lançou um sistema de aluguel online, o nosso querido streaming. Inicialmente atuando apenas nos Estados Unidos, foi pouco a pouco ampliando seu mercado e hoje atua no mundo inteiro, com exceção de pouquíssimos países, como por exemplo a China e a Síria.

Enquanto a Blockbuster falia, outras empresas faziam planos de ter seu próprio streaming. Hoje, nos perguntamos até quando a utilização do Blu-Ray vai continuar. Sempre vai haver uma nova tecnologia substituindo a anterior e uma guerra durante o seu desenvolvimento pra ver com quem vai ficar a fatia maior do bolo. Hoje o streaming está ganhando e as salas de cinema, ao meu ver, ainda estão longe de se extinguir, pois é uma experiência diferenciada e não excluem a existência do exibição de seu conteúdo em casa.

Escrito por Ivi Louise Horst

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